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Unidade de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica

EM BREVE A CARDIOFIT CAMPINAS – EXCLUSIVE CAMBUÍ INICIARÁ A PRIMEIRA UNIDADE DE REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR E METABÓLICA DE CAMPINAS E REGIÃO
 

 

INTRODUÇÃO
 

Diversos estudos têm demonstrado consistentemente os benefícios da prática regular de atividade física e de um estilo de vida mais ativo, reduzindo não só a mortalidade cardiovascular, mas também a mortalidade por todas as causas 1,2. Esses benefícios são claros em diversas doenças e fatores de risco como: obesidade, hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes, insuficiência cardíaca, isquemia miocárdica e outros.

A atividade física regular é ferramenta fundamental em todas as formas de prevenção das doenças cardiovasculares: PREVENÇÃO PRIMORDIAL (quando ainda não existe nenhum fator de risco para doenças cardiovasculares, evitando-se o surgimento desses fatores); PREVENÇÃO PRIMÁRIA (quando os fatores já existem mas ainda não ocorreu nenhuma doença manifesta, evitando-se o surgimento da doença) e PREVENÇÃO SECUNDÁRIA (quando já ocorreu um infarto do miocárdio ou outra doença cardiovascular).

Atualmente não resta dúvida que o sedentarismo é um dos fatores de risco cardiovascular modificáveis com maior impacto na população, não havendo por parte da comunidade médica um empenho muito grande em combatê-lo.

Em termos de saúde coletiva a criação de um programa de reabilitação cardíaca baseado em exercícios físicos e melhora nos hábitos de vida após um infarto miocárdico ou revascularização miocárdica é mais custo-efetivo que outras ações de prevenção secundária como uso de medicações para controle da hipertensão arterial, dislipedemia e/ou diabetes e procedimentos terapêuticos da doença arterial coronariana como angioplastia ou uso de fibrinolíticos 3. Apenas os programas de abandono do tabagismo e educação para redução do colesterol são mais custo-efetivo. Através desta reabilitação ocorre diminuição dos custos com re-hospitalizações e intervenções terapêuticas (como angioplastia e re-operações de revascularização miocárdica), além do retorno mais precoce dos pacientes para suas atividades laborais e sociais.

Uma meta-análise incluindo 8440 pacientes com insuficiência coronariana que participaram de programas de reabilitação mostrou 35% de redução na mortalidade por doença arterial coronariana 4. Outro estudo de revisão sistemática e meta-análise com 48 trabalhos e 8940 pacientes evidenciou que a reabilitação foi associada a redução significativa da mortalidade geral e cardíaca, dos níveis de colesterol total e triglicérides, da pressão arterial sistólica e das taxas de tabagismo 5.

Nas Diretrizes de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica 3 da Sociedade Brasileira de Cardiologia a reabilitação apresenta recomendação grau A e evidência nível 1 na coronariopatia, insuficiência cardíaca, pneumopatia crônica e hipertensão arterial sistêmica. Neste mesmo texto vemos que o NNT (numero de indivíduos que necessitam ser tratados para que o beneficio do tratamento, no caso morte evitada, ocorra em um paciente) anual da reabilitação cardíaca é menor que o do anti-agregante plaquetário e da estatina.

Outra meta-análise avaliando a reabilitação na insuficiência cardíaca com 801 pacientes mostrou redução significativa na mortalidade e nas taxas de re-internações 6.  Na Suécia uma análise dos custos da reabilitação após um infarto miocárdico ou revascularização demonstrou que ocorreu diminuição significativa das taxas de re-internações e que os pacientes retornaram mais ao trabalho após cinco anos de seguimento com uma economia de 12.000 dólares por paciente para o sistema de saúde 7.

OBJETIVOS
 

  • Aumentar a expectativa e melhorar a qualidade de vida dos nossos clientes.
     

FLUXOGRAMA
 

Depois de encaminhado pelo seu médico assistente ou por procura espontânea a esta Unidade o paciente passará por uma avaliação cardiológica para definição dos parâmetros que serão utilizados durante as sessões de reabilitação cardiovascular. Esta avaliação consiste na análise clínica e na realização do Teste Cardiopulmonar de Exercício. Após a etapa inicial o paciente será encaminhado aos outros profissionais para avaliação física.

As sessões de reabilitação ocorrerão duas ou três vezes por semana com duração de aproximadamente uma hora cada. Cada grupo será formado por no máximo 6 clientes (no máximo 3 clientes por instrutor) sendo sempre acompanhados por fisioterapeuta e/ou educador físico. Durante as sessões sempre haverá um médico presente que acompanhará as atividades do grupo. Os pacientes serão orientados, de acordo com a possibilidade, para realizarem mais uma ou duas sessões de exercício em casa.

As sessões serão divididas da seguinte maneira:

  • 5 a 10’ – aquecimento e alongamento;

  • 30’ – atividade física aeróbica (alternando bicicleta e esteira);

  • 15’ – atividade física anaeróbica (exercícios resistidos dinâmicos);

  • 10’ – alongamento e relaxamento.
     

É viável e sensato que haja um pouco de flexibilidade durante a prescrição e orientação do treinamento, levando em consideração as condições gerais de saúde de cada indivíduo (cardiovascular, muscular, articular, psicossomática,…). Lembrando que o mais importante no início é conseguir uma adesão prolongada desse paciente ao programa, conseguida pelo prazer em realizar o exercício físico.

Após aproximadamente 12 semanas de reabilitação supervisionada os pacientes serão reavaliados clinicamente para revisão dos parâmetros e avaliação da possibilidade de atividade física não supervisionada.
 

REFERENCIAS

  1. Myers J, Prakash M, Froelicher V, et al. Exercise capacity and mortality among men referred for exercise testing. N Engl J Med 2002;346:793-801.

  2. Wannamethee SG, Shaper AG, Walker M. Physical activity and mortality in older men with diagnosed coronary heart disease. Circulation 2000;102:1358-1363.

  3. Guimarães JI, Carvalho T, Cortez AA, e cols. Diretrizes de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica: Aspectos Práticos e Responsabilidades. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 2006, jan., vol. 86 n 1: 74-82.

  4. Jolliffe JA, Rees K, Taylor RS, e cols. Exercise-based rehabilitation for coronary heart disease (Cochrane review). In: The Cochrane library, Issue 1, 2003. Oxford: Update software. In: European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation 2003, vol. 10 n 5: 319-27.

  5. Taylor RS, Brown A, Ebrahim S, e cols. Exercise-based rehabilitation for patients with coronary heart disease: systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. The American Journal of Medicine2004, vol. 116: 682-92.

  6. Exercise training meta-analysis of trials in patients with chronic heart failure (ExTraMATCH) BMJ, doi:10.1136/bmj.37938.645220.EE (publicado em 16 de Janeiro de 2004).

  7. Levin LA, Perk J, Hedback B. Cardiac rehabilitation: a cost analysis. Journal of Internal Medicine 1991, vol.230: 427-34 In: Cardiac rehabilitation and secondary prevention of coronary heart disease. New England Journal of Medicine, vol. 345 n 12: 892-902.

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